Por Andrew Downie
SÃO PAULO (Reuters) - Na última vez que o Brasil perdeu Neymar em um grande torneio de seleções, a seleção acabou humilhada pela Alemanha por 7 x 1 na Copa do Mundo, e agora a tarefa do treinador Dunga é evitar que desastre semelhante ocorra na partida deste domingo contra a Venezuela pela Copa América.
O atacante do Barcelona foi suspenso por quatro jogos na sexta-feira após receber um cartão vermelho direto e insultar o árbitro na derrota do Brasil por 1 x 0 para a Colômbia dois dias antes.
O Brasil tenta recorrer da punição, que tirará Neymar do resto da Copa América, começando pelo último jogo da fase de grupos contra a Venezuela.
Philippe Coutinho parece ser o candidato mais provável a ganhar uma chance no papel de criação da seleção pentacampeã do mundo, e o meia do Liverpool prometeu estar pronto para o desafio.
"Estamos todos preparados, focados no que queremos", disse o atleta de 23 anos a jornalistas na sexta-feira. "Perdemos nosso principal jogador, mas o grupo é forte e estamos todos focados em superar a ausência de Neymar no próximo jogo."
Coutinho teve momentos brilhantes com o Liverpool nesta temporada e pode dizer que não teve o apoio devido dos colegas de time na campanha que colocou os Reds na sexto colocação do Campeonato Inglês.
"É o treinador que decide quem joga e quem não joga", disse. "Todo mundo aqui está pronto para jogar caso receba a oportunidade. A coisa mais importante é o grupo e quem quer que entre em campo vai fazer seu trabalho."
No entanto, os jogadores do Brasil não deram declarações muito diferentes dessa ao perderem Neymar no tumultuoso jogo contra a Colômbia nas quartas de final da Copa do Mundo de 2014.
No jogo seguinte, a seleção brasileira sofreu seu maior revés na história da Copa do Mundo, uma derrota vergonhosa.
Os jogadores sentiram falta da liderança de Neymar em campo ao serem destruídos pela Alemanha na primeira meia hora de partida, além de também desmoronarem psicologicamente.
No ônibus a caminho da partida em Belo Horizonte, os atletas usaram bonés em homenagem ao colega lesionado e depois ostentaram a camisa de Neymar ao posarem para foto antes da execução dos hinos nacionais.
O treinador Dunga não deve permitir situação semelhante desta vez, e será bastante severo com qualquer um que ele acredite que não esteja mentalmente preparado para lidar com a ausência de Neymar.
A Venezuela, claro, é um adversário muito menos intimidador que a Alemanha.
No entanto, se o Brasil se classificar para as quartas de final --nunca perdeu uma partida de Copa América para a Venezuela -- vai encarar uma tarefa duríssima que serão os jogos restantes deste torneio, imprevisível e complicado. OLBRSPORT Reuters Brazil Online Report Sports News 20150620T160726+0000